sexta-feira, 19 de outubro de 2012



Nem a tristeza, nem a incerteza, nem a dor de estar só, me impedirá de sorrir... Nada me fará Naufragar...


Existem índices na vida, mesmo que não queiramos lembrar, tornam -se difíceis de se esquecer. São capítulos do livro da vida que atingem o ponto limite e se encerram, não existindo borracha que os possa apagar.


Eu mergulho na multidão para afogar o grito do meu próprio silêncio.

BEIJO





Trocaria 
todos os beijos 
por um único beijo teu. 
E trocaria até esse beijo
pela saudade
do ultimo beijo
que te dei.
mesmo que
meus lábios sangrassem
mesmo que minha boca
ficasse dorida.
Se eu te beijasse
e se o teu beijo
fizesse ferida
nem que eu
sentisse
o dilacerar da dor
que me matasse
lentamente
eu o acolheria
docemente.
Nessa minha angustia
de saudade
eu trocaria
todos os beijos
que te dei
apenas por um
um só. 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Desfolhada



Na luz da saudade, 
sentado no velho canavial 
sonho mundos 
invento momentos... 
voo nas asas do vento
pra la do imaginável
abro as portas ao mundo
dos meus lábios
sopram ventos favoráveis
para que navegues
em meu corpo!
Esquece as noites de Estio
que te dizem adeus!
prende-te às minhas mãos
Vem...
antes que o Outono
desfolhe as minhas folhas
deixa
que as tuas mãos as toquem
deixa
que os teus sentidos
as descubram
Vem...
sente o meu perfume,
deixa-te, levar
pelo elixir do sonho,
duma madrugada inventada.
Sonha-te comigo, em noite
de desfolhada

terça-feira, 9 de outubro de 2012

EU QUERIA





Eu queria agora
Cobrir-te de beijos 
E em teu corpo todo
Semear meus desejos
Eu queria agora
Ao teu lado estar
E muitos vôos
Contigo, alçar
Eu queria agora
Na terra ou no ar
O tempo afora
Simplesmente te amar!...


T
ambém não te peço que acredites apenas peço-te que sintas.

Recantos




Também
já me acostumei
a estar só
é bom
faço
o que me dá
na real bolha
mas tem dias
que quando
me deito
sinto-me só
e sonhoque
alguém como tu
Pode estar
a meu lado
vendo-me dormir
mas
quando acordo
encaro a realidade
e
sei que tudo
não passa de
um sonho
causado por
um momento
de solidão.

Rua Sombria






A noite chega
e eu passeio por aí...
nessa rua
que para mim 
já não tem fim...
Tudo na mesma
pois nada
está a mudar.
Tacteio a calçada
vagarosamente
passo a passo
vagueando a noite
onde me perco
no embalar
das sombras de mim
mesmo assim
continuo a caminhar.
Olho para um lado
um rosto apagado.
Olho para o outro
um grito abafado.
Ergo os meus olhos ao céu
e aí sim…
dou conta
que nesta rua da vida
apenas
caminho eu.

Tempestade





De repente, do sol 
fez-se tempestade 
a serenidade do dia 
tornou-se vento violento
e
da mesma forma
a felicidade converteu-se
em sofrimento
por deixar de ter-se
um amor ao lado
saudade.
Procuro um eu,
num idílio
uma maneira de ser
desse mundo real
que me faz viver
num momento
tão meu.
Agora o tempo já passou,
a tempestade
enfim acabou,
a rua
já secou
fez sol lá fora.
Serenamente
cruzo as mãos
e espero,
não me importa
o mar nem a maré,
o vento nem a chuva
depois da tempestade
alcanço a bonaça
E fico brando
novamente.

Apagão




Eu quero
uma licença 
de dormir
perdão
para descansar
horas a fio
sem ao menos
sonhar uma palha
de um pequeno sonho.
cair em meu leito
e
ao meu descanso
sucumbir
entre lençóis de linho
me aconchegar
sem ter calor
ou sentir frio
sair por momentos
deste mundo
que me parece
medonho.

Fernando Jorge Benevides.

Abalada de mim



Vou embora 
querendo que alguém
me diga para ficar. 

Estou sempre de partida 
malas feitas,
portas trancadas,
chave em punho. 

No fundo eu quero
dizer 

impede-me de ir.
Fica parada à minha frente
diz-me
que eu tenho lugar por aqui
que não preciso abandonar tudo
cada vez que a solidão me derruba.
Ajuda-me
a levar a vida
menos a sério
porque vida é
só vida afinal!...
acabo calado
porque não faz sentido
dizer tudo isso
sem ter para quem.

Perdoa






Perdoa-me, folha seca
se não posso cuidar de ti.
Vim para te amar 
e, até do Amor me perdi.
Guardo em mim 
o aroma do teu beijo. 
Terno beijo... 
Que na memória
de um outono cinza 
balança, balança...
como em despedida, 
num último adeus,
como se fora de mansinho
sem deixar-me uma esperança 
aos olhos meus,
de reviver o teu carinho. 
Porém,
as árvores, agitam-se 
serão breves todo o verde 
que a minha vista alcança
espairecendo-se,
sobre a alvura da madrugada.
O sol fundiu-se.
A folhagem amarelada 
brinca com o vento.
Apenas há, 
nos barrancos retortos.
Gotas!... 
Gotas, que a luz nascente
reflecte na orvalhada da noite. 
Eu absorto e perplexo 
observo. 
Talvez cansado...
cansado,
de tantos propósitos 
mudos e infindos. 
Perdoa...

Outono





O Outono chegou. 
Com ele,
a queda das folhas.
Folhas secas
que com o vento
voam, voam...
no entremeio  da chuva
chuva
que traz consigo
o cheiro a terra molhada
com aromas infindáveis
talvez... com
saudades do Verão
ou,
simplesmente
nostalgia.

Fernando jorge Benevides

Porto de abrigo





Que tal, irmos para 
junto do mar e
simplesmente olhar.
Ver o bater das ondas 
no seu vai e vem, 
chegando à praia 
por vezes 
batendo 
com tanta força
por vezes
batendo 
suavemente 
que nos chega aos pés 
sem pedirmos 
sem sequer 
imaginarmos 
que o vento 
soprando sem pensar
na sua rota constante 
insessante e cansado
batendo, batendo ...
na suavidade das ondas
que se quebram
sem cessar... 
permitindo que o barco 
navegue tranquilo 
rumo ao infinito
esbatendo-se 
num porto 
que tanto buscamos 
encalhado ,às portas
de um rio.

Fernando Jorge Benevides

Desejos



Sei que sim... 
não é que seja 
impróprio 
nem nada 
que se pareça
mas sempre
é bom relembrar, que
certos momentos
em que falamos e
pedimos coisas
que nós próprios
não sabemos
para que as queremos
ou lidar com elas...
pois sei
que por vezes
a ocasião
até nem pode ser
a mais propícia
para o efeito
são apenas coisas
as coisas que nos
Acotecem

Fernando Jorge Benevides

Gaivota





Quando 
passei pelo mar
pensei em ti e
o quanto seria bom
estares a meu lado
a minha mente passeou
e divagou, correndo
para la do horizonte
percorrendo, entre as ondas
em busca do teu olhar.
Procurei, procurei...
E
bem ao longe
uma nuvem, esbatia-se
com as cores do arco íris
entre o simulacro
prata do mar
e o tom cinza do céu
desvanecia-se...
na penumbra da bruma
que sem querer
o vento arrastou
até ao infinito.
Por momentos
senti-te...
Por momentos
perdi-te.

Fernando Jorge Benevides 7/10/2012

Sombras de Fé





Verdes campos a brotar. 
Paradigmas de flores 
deliciam-me o olhar…
de alma dorida 
(re)vestida em mil cores
(re)feita da passada perdida.
Do alto do monte, sinto 
a brisa refrescante. 
Um rasgo de vento, suave,
fresco e acutilante
bafeja o meu rosto 
cantarolando, rimas de amor
emanando, em composto
de aromas doces,
versos de esperança,
abrindo caminhos 
até ao centro de mim.
O céu, azul pardacento, 
avança, rasgando trilhos
desse novo caminhar.
A minha alma (des)liga 
o meu corpo Levita 
através, de laços raios 
de luz cristalina.
Marcando presença
comungando, do querer. 
mergulhando, na firmeza
de meu pensamento.
Que não se vê…
tal como o vento 
que bafeja o meu rosto
fecundando o meu âmago
de coração que sente 

acredita, na gente.

Fernando Jorge Benevides 09/10/2012